Barão VermelhoSom Livre - 1982O primeiro disco do BARÃO VERMELHOEzequiel NevesO primeiro disco do BARÃO VERMELHO teve o efeito de uma hecatombe no combalido cenário da Música Popular Brasileira, nos primórdios dos anos 80. Um crítico chegou a escrever que o LP "dinamitava as fronteiras que separavam o trabalho profissional do mais crasso amadorismo". Mas para mim, pouco importava se aqueles garotos estavam "verdes", como foi dito, o que valia mesmo era a viscerabilidade com que mergulhavam no mais incendiário rock´n roll com suas letras e som deslavadamente jovem e sem mensagens urbanas cheias de pieguice. Eles podiam soar "verdes", sim, mas nosso cenário musical estava repleto de artistas maduros - caindo de podres. O disco foi gravado em quatro sessões divertidíssimas resumidas em exatas 48 horas. Foram dois fins de semana, tempo em que o Estúdio Um da Som Livre estava ocioso. Pilotando a mesa "Spher", de 24 canais, estava o técnico, também estreante, Eduardo Ramalho. Frejat contava,1,2,3,4 e a turma atacava, inclusive Cazuza entrava junto, aos berros. Não havia aquela história de "voz guia", era tudo a base do vai-ou-racha, uma legítima "polaroid". E nesse autêntico furacão foram geradas "Down em Mim", "Conto de Fadas", "Billy Negão", "Ponto Fraco", "Por Aí", "Bilhetinho Azul", "Todo Amor Que Houver Nessa Vida" (que mais tarde Caetano reinterpretaria em seu show no Canecão, em 83), entre outras obras primas instantâneas. Guto Graça Mello e eu assinamos a produção e o vinil chegou às lojas do Rio e São Paulo em 15 de setembro de 82. No dia 17 o grupo iniciou temporada no Victória Pub, em São Paulo. Uma amiga minha jornalista, com o LP nas mãos e surpresa com a eletricidade dos garotos no palco, se dirigiu a mim perplexa: -- Mas eles são ótimos, por que o disco é tão ruim? Respondi rápido: "Ora, é que já se passaram dois minutos desde que o disco foi gravado, eles evoluem muito depressa!
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