sexta-feira, 21 de agosto de 2009

http://www.gavioes.com.br/2009/gavioes.aspx
Possui quatro títulos como Grupo Especial, sendo dois consecutivos em 2002 e 2003, e os outros em 1995 e 1999. Como Grupo de Acesso ganhou em 1991, 2005 e 2007.












A HISTÓRIA DO ATARI NO BRASIL


Ah, histórias...
Existe muita informação na Internet sobre o Atari e sua história, porém a informação existente é apenas relacionada ao acontecido nos EUA. Pouca - ou nenhuma - informação existe com referência a nossa história, a história do acontecido aqui no Brasil. E aqui a indústria do videogame se deu de forma peculiar. Então vamos preencher esta lacuna e conhecer um pouco desta história, a qual tenho certeza você relembrará e identificar-se-á.
Devido a essa escassez de informação, a história relatada foi tirada com base em pesquisas nas diversas publicações especializadas da época e também contando com a boa memória deste webmaster, de modo que se você conhece mais ou notou algum dado incorreto entre em contato conosco, para que possamos contar a história brasileira do Atari de modo preciso.




RESERVA DE MERCADO


Antes de começarmos é preciso entender um aspecto extremamente importante, pois sem compreender isso dúvidas vão aparecer.
Nos anos 80 era proibido, devido a legislação vigente, a importação de equipamentos eletrônicos em geral, principalmente os da área de informática. Videogames estavam incluídos nisto. Só seria possível fabricá-los aqui e por empresas brasileiras. Isto era uma forma de incentivar a indústria eletrônica nacional a se desenvolver. Não cabe aqui julgar se isso foi certo ou não. O conjunto de leis, atos normativos e demais dispositivos legais que regulamentavam essa prática foi denominada "Reserva de Mercado", a qual culminou com a Lei 7.232 de 29 de outubro de 1984. Você pode ler a íntegra desta lei aqui. Existia um órgão do governo, a SEI (Secretaria Especial de Informática) que era responsável por tudo relacionado a área. Para vocês terem uma idéia os pretensos fabricantes dos aparelhos tinham que submeter o projeto à aprovação da SEI, a qual estipulava um cronograma de "nacionalização", ou seja, quantas e quais peças seriam fabricadas aqui e quantas e quais, que no projeto original eram importadas, seriam sucessivamente substituídas por peças nacionais ou fabricadas aqui.
É devido a essa legislação existente à época que se desenvolveu a indústria nacional de videogames. E tivemos um bom sortimento de aparelhos diferentes, o que torna o videogame brasileiro único. Certamente a minha, a sua, a nossa lembrança dessa época são destes aparelhos, seus cartuchos e tudo que rolou na época, aqui no Brasil.
Agora esclarecido o assunto, vamos a história.





ANTES DA EXPLOSÃO


Antes do videogame "explodir" em terras tupiniquins (nos anos de 1983 e 1984) já existia uma boa quantidade de videogames "importados" dos EUA e cerca de 95% destes aparelhos eram Ataris. Ele foi lançado lá em 1977 e desde pouco depois começou a aparecer por aqui. O auge dessas "importações" ocorreu entre 1981 e 1982, quando muitos - guardadas as devidas proporções - consoles apareceram por aqui e ocorreu a célebre importação e venda de um lote de Ataris comprados pelos dois grandes magazines da época, o Mappin e a Mesbla. Os consoles foram importados, convertidos para o sistema brasileiro de cor, o PAL-M, e colocados a venda. Obviamente não duraram muito nas prateleiras. E ainda nessa época a indústria nacional começou a acordar para o mercado de videogames. Duas empresas, as quais foram as pioneiras, começaram a fabricar cartuchos nacionais para o Atari: a Canal 3 Indústria & Comércio e a Dynacom Eletrônica. Estava pavimentado o caminho para a entrada em definitivo do videogame no Brasil.





O COMEÇO DA DIVERSÃO


1983 foi o ano do início da "febre" dos videogames aqui no Brasil. As empresas começavam a se mexer para começar a fabricação dos aparelhos. A primeira grande indústria a anunciar e colocar a venda o seu aparelho foi a Philips, com o videogame Odyssey, em Maio de 1983. Uma coisa que poucos sabem é que o primeiro videogame com o hardware compatível com o Atari lançado foi o Top Game, da Bit Eletrônica, em 1981 ainda. Podemos considerá-lo como o primeiro videogame de fabricação nacional. Porém, talvez temendo problemas legais, a Bit Eletrônica mudou o tipo de conector do cartucho. Evidentemente isso não deu muito certo porque impedia de usar os cartuchos do Atari diretamente. Depois a Bit lançou um adaptador para colocar cartuchos Atari "normais" mas ai já era tarde.


Então, o primeiro console realmente compatível com o Atari lançado no mercado foi o Dactari, fabricado por uma empresa chamada Sayfi Eletrônica. A Sayfi lançou o "TV Computer System 2600-A" em maio de 1983, com baixa produção inicial. A intenção era aproveitar o "vazio" de mercado, pois outros consoles compatíveis com o Atari seriam lançados somente no segundo semestre de 1983. Com um design praticamente copiado do Atari 2600 original, a Sayfi se deu bem. Os primeiros lotes foram comercializados exclusivamente pelas lojas Computerland. Posteriormente a Sayfi mudou de nome, e provavelmente de dono, e se tornou a Milmar Eletrônica. E a Milmar lançou depois o Dactar (sem o "i" no final) com design um pouco modificado, mas não muito diferente do Atari original; o Dactar II, igual ao Dactar mas com o painel metálico; e o famoso Dactar Maleta, também conhecido como Dactar 007. Este foi uma idéia bem interessante: fazer um Atari embutido numa maleta. Talvez a idéia tenha surgido das maletas que se comercializavam na época: maletas de madeira ou couro para colocação do console, controles e cartuchos. A Milmar resolver embutir o circuito do Atari direto numa mala ! Sem dúvida, foi uma idéia única.


Mas a Sayfi não ficaria sozinha por muito tempo. A Dynacom, então na época uma pequena empresa e uma das pioneiras na fabricação de cartuchos nacionais, anunciou o lançamento do seu console compatível com o Atari: o Dynavision. Este tinha um design totalmente original e diferente, era bem robusto e tinha características atraentes: entrada dos controles pela frente do console, botões e controles vistosos e um circuito melhorado que "silenciava" a TV quando o videogame era desligado para a troca de cartuchos, evitando o incômodo chiado. E também acompanhava o console o famoso controle Dynastick. Era um controle resistente, anatômico, com botão de tiro duplo e com ventosas para fixação. Embora alguns "torcessem o nariz" para o controle, ele era de fato de ótima qualidade. A Dynacom mostrou um protótipo do Dynavision na UD de 1983. Aqui um parenteses: saibam que a UD (abreviação de Utilidades Domésticas, era uma espécie de mostra de equipamentos eletro-eletrônicos) naquela época não era igual agora. Naquela época a UD era apenas uma feira de "demonstração", mostravam-se os produtos que seriam lançados, e não se vendia nada. Por isso, as diversas empresas mostravam os videogames - geralmente protótipos - mas nenhum era vendido na UD.


O segundo semestre de 1983 foi a largada definitiva dos videogames por aqui. A Dynacom lançara seu Dynavision em agosto de 1983. Mas o grande lançamento, a grande sensação do ano chama-se Polyvox. A Polyvox, uma empresa pertencente ao grupo Gradiente, que até então era especializada na venda de aparelhos de som, assinou um contrato com a Atari Corp. dos EUA, para a distribuição oficial do Atari 2600 Video Computer System no Brasil. Contando com toda a estrutura de uma empresa de porte, a Polyvox não deixou por menos, fez uma grande campanha publicitária, com comerciais, anúncios, panfletos etc, e lançou, no final de agosto de 1983 o tão esperado Atari 2600 VCS nacional. Junto com ele vieram também 28 cartuchos, todos da Atari, com caixa, manual e acabamento impecáveis, como os norte-americanos. Porém isto implicou num custo maior para esses cartuchos. Apesar disso, a Polyvox inundou o mercado com milhares de consoles e cartuchos em 1983. Talvez devido a grande produção o custo não tenha ficado tão exagerado assim.


Obviamente que o grande alvo dos fabricantes era, então, o Natal de 1983. E de fato eles não estavam errados. O mercado brasileiro, que há muito tempo anseava pelo consumo dos jogos, deu a resposta que os fabricantes queriam: uma corrida as lojas para garantir o seu console de videogame e os seus jogos. Diziam na época que, se conseguissem aumentar a produção tudo seria consumido. E ainda considerando que não existiam somente consoles compatíveis com o Atari, existiam o Odyssey, da Philips, o Intellivision da Digiplay/Sharp e o Splicevision da Splice.


E 1983 foi só o começo...




A CONSOLIDAÇÃO DO ATARI NO BRASIL

Se 1983 foi o ano do lançamento, 1984 foi o ano da consolidação do Atari por aqui. Após um Natal de sucesso, outros fabricantes começaram a "se mexer" e os que já estavam no mercado prepararam novos lançamentos.


Outros consoles compatíveis com o Atari debutaram em 1984.O mais famoso e sem dúvida o melhor destes foi o Supergame CCE VG-2800. Lançado também por uma empresa de porte, o Supergame CCE obteve um bom sucesso. O console tinha dimensões menores e um desing diferenciado e bastante simpático (na verdade o design do console é parecido com o console americano da Coleco, o Gemini, o que nos levaria a pensar que o design foi copiado. Pode até ser que sim, no entando o Supergame CCE tem o design muito melhor, esteticamente mais bonito e mais prático que o Gemini). E apesar de muitas críticas que sempre pairavam sobre o fabricante, o Supergame CCE era de excelente qualidade. E mais, a CCE teve uma grande sacada: junto com o videogame ela lançou uma série de 9 cartuchos com títulos totalmente desconhecidos por aqui. O cartucho que acompanhava o console, Mr. Postman (O Carteiro), e um outro jogo chamado "Bobby Is Going Home (Bobby vai pra casa)" cairam no gosto do público e se tornaram um sucesso. Estes cartuchos tinham um rótulo colorido, diferente para cada jogo, e a caixa do cartucho na cor branca, mais um diferencial. Posteriormente a CCE lançou mais 22 jogos, desta vez os mais conhecidos (Enduro, River Raid, Pac Man etc), totalizando 31 jogos. Esta série foi lançada com um rótulo "padrão" para todos os jogos, mudando apenas o texto e o código do jogo e com a caixa tanto branca ou preta. (Mais detalhes consulte o Projeto CCE ou a Seção Cartuchos).


Entretanto não foi só a CCE quem quis aproveitar a onda. Outros fabricantes providenciaram seus consoles compatíveis com o Atari. Um deles foi a Dismac, conhecida fabricante de calculadoras eletrônicas e de microcomputadores compatíveis com Apple II, lançou também seu console, o VJ-9000. Esse console era muito interessante: a Dismac foi a única que lançou o videogame acompanhado dos controles paddles. Esses controles eram rotativos e serviam para alguns jogos específicos. Nem o Atari da Polyovox vinha com os paddles. Isso foi um atrativo interessante. E além disto a Dismac também lançou alguns cartuchos, claro, com o diferencial que o título do jogo no rótulo era "traduzido": por exemplo, Pitfall! virou "Pantanal", Kabbom virou "TNT", Freeway era "BR-101", assim por diante. Posteriormente a Dismac "relançou" o videogame com o código VJ-8900. A diferença era justamente os controles paddles, os quais não mais acompanhavam o aparelho. A justificativa, segundo a Dismac à época, era plausível: foi para manter o mesmo preço do console. Retirando-se os paddles, que realmente não eram usados em muitos jogos, a Dismac conseguiu manter o preço do VJ-8900 por mais tempo. (Lembrem-se que naquela época a inflação era alta, havia reajustes constantes dos preços, valorização alta do dólar etc.)



OUTRO FENOMENO: A FABRICACAO DE CARTUCHOS NACIONAIS


Evidentemente não eram somente consoles que existiam. O cartuchos - personagem tão principal quanto e talvez mais "popular" que o próprio console - teve um capítulo particular na indústria brasileira de videogames, na época.
No principio de tudo, quando ainda não se fabricavam videogames nacionais, os cartuchos eram importados, provindos do exterior, como os consoles. Porém não demorou muito para que os engenheiros e técnicos em eletrônica descobrissem como copiar os dados dos cartuchos e surgissem as primeiras indústrias brasileiras de cartuchos compatíveis com o Atari. Assim, as duas primeiras empresas que se tem notícia de ter iniciado esse processo foram a Dynacom Eletrônica e a Canal 3 Indústria e Comércio. Ambas estavam de olho já no mercado e no princípio visavam abastecer o mercado dos consoles importados, na mão de poucos privilegiados, os quais anseavam por cartuchos com os jogos.


Isso ocorreu por volta do final de 1982 e começo de 1983. Neste ano, com o início da fabricação dos consoles nacionais, somaram-se aos fabricantes de cartuchos os fabricantes dos consoles, dos quais a Polyvox, que prometera inundar o mercado naquele ano com nada menos de 600.000 cartuchos. Não duvidamos - dada a "febre" e a ansiedade existente na época - que esse número tenha sido atingido e até ultrapassado. Os cartuchos da Polyvox seguiam o esquema "original" da Atari: todos com caixas, manuais, coloridos, impressos em "off-set", cartuchos com a mesmo tipo de caixa dos norte-americanos e tudo o mais. Mais caros que os outros, mas ainda assim bem mais baratos que os importados. E, lembrando mais uma vez, havia uma "fome" para o consumo dos jogos e praticamente qualquer coisa que fosse colocada a venda seria consumida.


Mas foi em 1984 que a indústria dos cartuchos realmente "explodiu": além dos fabricantes já existentes - Dynacom e Canal 3 - e dos fabricantes dos consoles - Polyvox, CCE, Dismac, Milmar - surgiram mais de 20 empresas, geralmente pequenas, que fabricavam e comercializavam cartuchos compatíveis com o Atari 2600. Realmente foram muitas, das quais podemos destacar: Digitel, Digivision, Zirok, Shockvision, Digimax, Imagic, Genus, Supergame...
Algumas inovavam, lancando cartuchos com 2 ou mais jogos (selecionáveis por chaves, liga-desliga do console e até por toque dos dedos !!!). A maioria dessas empresas teve que abrir mão de certos aspectos estéticos dos cartuchos - como caixas grandes, manuais coloridos etc, e aspectos técnicos também: os contatos dos cartuchos recebiam um banho de níquel ao invés de dourado, na maioria dos casos - em detrimento de um preço mais baixo.Isso não necessariamente significava um cartucho de baixa qualidade; boa parte deles tinham um bom acabamento e funcionavam perfeitamente (e continuam funcionando até hoje). E não é só isso: com o advento dos cartuchos nacionais pudemos contar com muitos e muitos jogos, haja visto que a Polyvox - o fabricante oficial do Atari no Brasil - somente lançaria jogos da Atari Corp. e é fato que existiam outros fabricantes de jogos no exterior, como a Activision, Imagic, Parker Bros., M-Network, CBS, Fox, Coleco etc. Assim as empresas fabricavam esses outros jogos (não da Atari, embora algumas também lançaram, mesmo assim, jogos da Atari) e tivemos a nossa disposição essa imensa variedade de jogos.


A Polyvox, claro, "sentiu" a concorrência, embora parecesse não se importar muito. Entretanto aconteceu um episódio particularmente interessante: num dos capítulos da novela "Transas e Caretas", exibida pela Rede Globo, a Polyvox fez um "merchandise" sobre os cartuchos de Atari, dizendo que somente os cartuchos originais dela eram recomendados para se usar no videogame e que os outros cartuchos, os quais apresentavam os contatos banhados a níquel, entre outras características, estragavam o videogame. A Dynacom não gostou muito da afirmação - afinal os seus cartuchos eram com contatos à níquel - e resolveu "comprar a briga", entrando com um processo para que a Polyvox provasse que os cartuchos dela estragavam o videogame. Não nos recordamos exatamente do desfecho da história, mas cremos que nada de mais grave aconteceu. Mas foi um acontecimento interessante, além do fato de o Atari aparecer em rede nacional. Isso tudo prova e dá uma idéia de como era o esse mercado na época.

Fato é, todavia, que foi graças a grande profusão de cartuchos a baixo preço e variedade que o Atari alcançou a extrema popularidade que teve por aqui. Sem medo de errar, podemos afirmar que se somente tivessem sido comercializados cartuchos "originais" (no caso os da Polyvox) o Atari não teria feito esse sucesso estrondoso.


Um aspecto bastante interessante nesses cartuchos era o fato que quase todos os fabricantes faziam alterações nos códigos binários dos jogos, de modo a alterar a inscrição na tela. Boa parte dos jogos vinha com a palavra ou o logotipo do fabricante (por exemplo, o famoso logo giratório da Activision) e as empresas nacionais modificavam os códigos de modo a mostrar o nome delas. O principal argumento para isso era, além de obviamente "personalizar" o jogo, era evitar problemas legais. Claro que essa era uma prática discutível, porém procuramos ver por outro ângulo: foi necessário muito trabalho e perspicácia aos técnicos e engenheiros para descobrir como funcionava o mecanismo de geração gráfica do Atari de modo a conseguir modificar os jogos. Mais um ponto para os técnicos e engenheiros brasileiros. Não só por isso, mas por outros feitos também, como conseguir descobrir como funcionavam os jogos com chaveamento dos bancos de memória (jogos de mais de 4 Kb); conseguiu-se uma maneira de reproduzi-los também. Embora, como já dissemos, esses aspectos sejam legalmente discutíveis é preciso elogiar e dar o devido mérito aos que conseguiram isso, foi um marco para a indústria e, ao que nos parece, pode trazer ao grande público os jogos a um preço acessível. O sucesso foi, claro, inevitável.


Existiu, ainda, outro "fenômeno" bem conhecido e isso com absoluta certeza somente ocorreu no Brasil. As chamadas "séries" de cartuchos. Basicamente existiam a "Série Prata" e a "Série Ouro". Ou seja os cartuchos eram vendidos como pertencendo a uma destas séries, e obviamente, a Série Ouro tinha preços mais elevados que a Série Prata. Surgiram algumas "séries" diferenciadas, como a "Série Diamante" ou "Série Especial" mas isso foi com pouco fabricantes e um ou outro jogo (geralmente um jogo muito procurado, como ocorreu com o jogo Decathlon, na época das Olimpiadas de Los Angeles em 1984). Embora fosse um artifício para cobrar alguns jogos mais caros que os outros, existia uma razão técnica que justificava essa prática: os cartuchos da Série Prata eram os jogos de 2 Kb e de 4 Kb; os da Série Ouro, os de 8 Kb. Ocorre que jogos de 8 Kb(ou maiores), além do Circuito Integrado da memória do jogo custar mais caro, necessitam de um circuito eletrônico adicional, uma placa de circuito impresso maior para sua construção e, por isso, mais trabalho na montagem. Consequentemente não havia jeito: eles sairiam mais caros. A solução encontrada foi criar estas séries; talvez se não existisse isso, os fabricantes cobrariam o preço mais caro por todos os jogos. Hoje em dia não são muito que se lembram disso, mas temos a certeza que ao ler sobre isso você se lembrará, pois era assunto muito comum entre os jovens jogadores da época.


Certo foi que, no ano de 1984, os fabricantes de cartuchos, todos sem exceção, terminariam o ano sorrindo. Assim como os fabricantes de consoles. 1984 foi, provavelmente, o melhor ano para o videogame nacional de uma forma geral.





A MANIA AINDA CONTINUAVA

Após o Natal de 1984, o qual foi tão bom ou melhor, em termos de sucesso tanto de vendas quanto de diversão para quem ganhava e jogavas os jogos, 1985 prometia continuar a "loucura" do Atari, e do videogame em geral, por aqui.

E, de fato, continou. Talvez um pouco mais comedido, se visto por um lado; talvez mais "sólido" se visto por outro. Porque agora a mania era mais entre os jovens (ou não) jogadores e menos dos fabricantes, dado que neste momento a grande maioria do pessoal já tinha os seus consoles e cartuchos. Isto desencadeou um fenômeno interessante entre os amigos, vizinhos e afins: a "troca" de cartuchos. O que ocorria: geralmente o amigo, o vizinho, o colega de escola etc, tinha cartuchos diferentes dos quais nós tinhamos. Resultado, o pessoal fazia "trocas", as quais na verdade eram um empréstimo: um colega emprestava o cartucho X para o outro e o outro, em troca, emprestava o cartucho Y. E ficavam uns dias cada um com os jogos, para depois procederem a devolução um do outro. Esse tipo de prática, ao que parece, foi "exclusiva" daquela época, não se vê esse tipo de coisa mais. E todos eram honestos, o pessoal sempre fazia devolução, mesmo porque o colega não queria se "queimar" perante os outros. E também gerava situações interessantes: sempre havia aquele colega que tinha os cartuchos mais cobiçados (como foi, por exemplo, o Decathlon, o HERO etc) o qual era o mais "procurado" para fazer as "trocas" de cartuchos, e por outro lado muitas vezes a "troca" não era concretizada pois o dito colega ja tinha os cartuchos que eram oferecidos para a troca, embora sempre se dava um jeito. E as histórias vão por ai a fora, apenas num exemplo de como a "molecada" da época realmente era vidrada nos jogos ao mesmo tempo em que desenvolvia um senso de amizade e cooperação, coisa bem rara nos dias de hoje. (E se vc tem uma história para contar, faça-o, entre na nossa seção Interatividade).

Além desse aspecto lúdico e divertido - e extremamente importante - os fabricantes não estavam parados. Uma coisa que ficou com relativa popularidade foram as "interfaces" para fitas K7s. Para quem não conhece tratava-se de um dispositivo que eram encaixado no Atari e permitia "carregar" os jogos a partir de fitas K7; nas fitas eram gravados os dados dos jogos os quais eram reproduzidos por um gravador ou tape-deck, "lidos" pelo aparelho e colocados na memória deste. Após completado o processo de leitura o aparelho se comportava exatamente igual, em termos eletrônicos, a um cartucho comum. Embora elas já existissem desde 1984 foi neste ano que ficaram mais comuns, justamente pela quantidade de consoles agora nas mãos das pessoas. Existiram várias; a mais famosa foi, provavelmente, o "Supercharger" fabricado pela Canal 3 Indústria e Comércio. Essa interface possuia um design - e nome - idêntico ao americano fabricado pela empresa Starpath. Porém o Supercharger do Canal 3 tinha aspectos mais interessantes que o homônio importado. Enquanto o aparelho da Starpath tinha 6Kb de memória e permitia somente jogar os jogos exclusivos desenvolvidos para ele, o aparelho da Canal 3 permitia rodar os jogos "comuns" e mais: ele possuia 8Kb de memória e por isso permitia rodar os jogos mais sofisticados e populares. Aliado a isso a Canal 3 vendia o aparelho acompanhado de 10 fitas K7.

Outros aparelhos, porém, também surgiram: o Comp K7, da Splice, com um design que lembrava um cartucho mais "alto". Este aparelho não era tão sofisticado como o da Canal 3 pois permitia apenas rodar jogos de 4 Kb. Mas tinha o atrativo do preço mais barato. Outro que "ameçou" ser lançado (não conseguimos evidências da existência ou não deste aparelho) foi o Digigame K7 da Digitel. E existia até um aparelho, o "Game K7" que permitia transferir os dados de um cartucho para a fita e vice-versa. Todavia, apesar de interessantes, estes aparelhos, após um período de popularidade, começaram a cair em desuso pelos usuários, por vários motivos: as fitas não eram encontradas com tanta facilidade como os cartuchos, a maioria dos colegas não tinha o aparelho, ou tinha de outro modelo (o formato das fitas K7 eram incompatíveis entre um modelo e outro), e - talvez o principal motivo - as fitas demoravam para carregar, ao passo que os cartuchos a coisa era instantânea. Isso acabava com o dinamismo pois para trocar de jogo era preciso desligar o console, religar, voltar a fita, esperar carregar o jogo... Isso quando não ocorrim um erro de leitura da fita, o que obrigava o jogador a voltar a fita e iniciar todo o processo novamente. Claro que a "molecada" da época não gostou muito disso e não demorou para os aparelhos cairem no ostracismo e os que os compraram voltarem a usar - e comprar - os cartuchos normais. Temos que concordar com isso, embora interessante não era nada prático, ainda mais no contexto da época, em que a garotada queria jogar varios jogos, ir na casa dos amigos jogar etc. Porém, olhando pelo aspecto tecnológico, mais uma vez damos os parabéns aos técnicos e engenheiros em eletrônica da época, pelo desenvolvimento dos aparelhos, pois eles eram bem melhores que o único similar importado.

Aqui cabe um parentêses bem interessante: não sabemos se foi devido a estes aparelhos que espalhou-se o péssimo hábito de muitos jovens há época - e que ainda persiste até hoje em muita gente - de chamar os cartuchos de videogame de "fitas". Se você ainda tem esse hábito, abandone-o ! São duas coisas completamente diferentes. A fita K7 contém uma gravação sequêncial analógica do som, gravada magnéticamente numa fita plástica impregnada com micropartículas magnetizáveis. O cartucho contém um Circuito Integrado de memória, os dados são gravados na pastilha de silício do chip de forma digital e estão prontamente acessíveis.

Mas voltemos, pois, a nossa história.

E por falar em acessórios, um outro que também fez certo sucesso nessa época foram os chamados "teclados". Esses aparelhos consistiam em um cartucho, maior que os de costume, com dois cabos par aligas nas duas entradas dos joysticks e um terceiro cabo que fazia conexão com um teclado, semelhante ao de microcomputadores. O Atari com um aparelho destes era transformado em um "microcomputador" com linguagem BASIC. E de fato era possível a programação em BASIC - linguagem essa comum e muito popular nos microcomputadores da época - além de outras coisas como desenhar, compor pequenas melodias etc. O mais conhecido aparelho desta estirpe foi o Dactar-Comp, da Milmar Eletrônica, o qual até veiculava um comercial na TV sobre o equipamento. Um outro, menos conhecido mas de funcionamento equivalente, eram o CompuGame.

Estes teclados eram interessantes e conseguiram um relativo sucesso. A intenção deles - os quais também foram lançados no exterior (os nacionais eram cópias do teclado da Spectravideo) - eram "atualizar" o Atari de modo a enfrentar a "concorrência" dos microcomputadores, que estavam começando a ficar populares e baratos. Porém na prática o sistema como um todo se demonstrou lento para programar, o teclado não era "dinâmico" para isso e existia a limitação do hardware do Atari a qual não permitia coisas muito sofisticadas, em termos de programação em BASIC usando este acessório. E, mais uma vez, o "negócio" da "molecada" era jogar mesmo ! Deste modo esses aparelhos foram vistos por aqui mais como uma curiosidade do que para um uso "intenso".

Todos esses aparatos tecnológicos foram algumas das armas dos fabricantes para manter o interesse no Atari e manter o "mercado" em alta. Talvez nem precisasse pois o que a garotada queria era jogar. E obviamente os fabricantes sabiam disso. Neste ano começaram a aparecer cartuchos com jogos mais "sofisticados", como James Bond 007, Gremlins, He-Man, Porky's, HERO etc. Este último alias foi o grande hit e, juntamente com o Enduro e o River Raid, foi um dos cartuchos de mais sucesso por aqui, sem dúvida !

Os fabricantes ja "tradicionais" começaram a diversificar os jogos também. A própria Polyvox lançou jogos da Activision com o interessante selo de "cartucho original", com o case da Activision inclusive. E os manuais dos jogos cairam um pouco de qualidade: no lugar dos manuis coloridos e paginados entraram os manuais monocromáticos azul e com folha única, apenas dobrada. Provavelmente por questões de custo.

Outro fabricante também colocava no mercado um console compatível com o Atari: a Microdigital, tradicional fabricantes dos microcomputadores da linha TK, lançava o Onyx Jr. A Microdigital havia "ameaçado" lançar o Onyx, compatível com o Colecovision, mas decidiu lançar um console compatível com o Atari, por razões de mercado (o console compatível com o Colecovision sairia muito caro, tal qual aconteceu com o Splicevision). O design do Onyx era interessante, de tamanho compacto e parecido, externamente, com o Supergame da CCE, ele era verde-escuro e possuia uma característica única entre os consoles compatíveis com o Atari: um botão de PAUSA ! Acionando-se esse botão o jogo era paralisado, continuando-se quando se desacionava o botão. Devido as características do Atari, durante a pausa a tela ficava preta. Mas era um adendo muito interessante, e útil até. No entanto, talvez devido a ter sido lançado tardiamente e possuir controles não muito anatômicos, o Onyx Jr. não teve uma participação muito grande no mercado. Obviamente, como todo o fabricante de console da época, exisitiram os cartuchos da Microdigital, com desing combinando com o console: cartuchos com o case verde e o design da caixa lembra muito os da Activision. A Microdigital lançou poucos títulos, todos ja bem conhecidos.

E com lançamentos aqui e ali, o mercado de videogames nacionais terminava o ano de 1985 com um Natal novamente bom, em termos de procura dos jogos e consoles. Porém começava-se a notar os primeiros sinais de retração do mercado. Estaria o Atari "perdendo a força" ? Talvez...







A DERROCADA HISTÓRIA.

De 1986 em diante, infelizmente, o mercado dos videogames começou a "esfriar". Este ano ainda o Atari tinha força e jogos continuavam a ser fabricados e lançados. Porém de 1987 em diante a produção foi diminuindo. Em grande parte a causa maior do "fim" da febre do Atari foram a popularização dos microcomputadores com capacidades gráficas e sonoras superiores a do Atari, como os micros TK90X e TK95, os CP-400, os micros da linha MSX, etc. mesmo porque os micros perfaziam outras funções que não apenas jogar.

Boa parte dos pequenos fabricantes de cartuchos foram parando a fabricação e muitos fechando as portas; outros se dedicaram a fabricação de cartuchos para videogames mais "modernos" ou simplesmente mudaram de ramo de atividade. Um a um, os fabricantes de consoles foram parando a produção: Dismac, Microdigital, Bit Eletrônica... A Milmar ainda se lançou o "Memory Game", um console bem compacto, com design muito parecido com o Atari Jr. da Atari americana, e com jogos embutidos na memória do console. A Dynacom parou a produção do Dynavision 1 e cartuchos para lançar o Dynavison 2, compatível com o Nintendo Enterteinment System, embora ela tenha lançado posteriormente o Megaboy, um console Atari portátil, o qual emitia o sinal de RF via antena para a TV, funcioando "sem fio"; junto com ele foi desenvolvido um cartucho educacional, que é o cartucho de Atari com mais memória existente, para um jogo apenas, 64 Kb. A Polyvox foi única e a última a fabricar consoles compatíveis com o Atari, com o Atari 2600-S, um console que tinha os botões diferentes, com fonte interna, não possuia chave "color/P&B" e tinha os joysticks fixos, com os cabos saindo pela parte da frente do console. Notava-se uma qualidade mais baixa quando comparado aos primeiros Atari lançados.

A Polyvox encerrou a fabricação do Atari no fim da década de 80, pondo um fim a indústria nacional do Atari.

Uma indústria que superou o aspecto comercial apenas, que foi muito peculiar, bem "brasileira", que representou num aprendizado e desenvolvimento tecnológico muito grande e que certamente marcou a memória de muitos e muitos garotos da época, que guardarão as emoções vividas naquela época para sempre.





Nossa história termina aqui. Tentamos contar a história brasileira do Atari e reviver um pouco daquela emoção da época. Certamente faltam fatos ou descrições, mas como dissemos este é um projeto pioneiro e temos ainda muita informação para colher. Se você pode colaborar para deixar a nossa história mais completa, escreva-nos !!! Acesse a seção Fale Conosco.
HISTORIA DO PAC MAN
Em 1980, Toru Iwatani, um designer da Namco, queria inventar um jogo de vídeo diferente dos "shoot-em-ups" (tiro-neles), que se assemelhasse a um desenho-animado.

A idéia do desenho original ocorreu durante um jantar com amigos, e deve-se a uma pizza sem uma fatia, que fazia lembrar uma boca aberta; assim tem origem uma personagem inspirada em Paku, uma personagem popular no Japão conhecido pelo seu apetite. A personagem e jogo tiveram o nome Puck-Man, do termo Japonês paku-paku, que significa a boca de alguém a abrir-se e fechar-se. Em 1980, a Bally comprou os direitos nos Estados Unidos ; o jogo tornou-se famoso no ano seguinte.
http://www.alep.pr.gov.br/geral_noticiasconteudo.php?notoid=16617&grupo=4&grupo=4&foi_direto=1
DEPUTADO DOBRANDINO DA SILVA (PMDB) 21/08/2009

DOBRANDINO ANUNCIA PATRULHA RURAL PARA SÃO MIGUEL DO IGUAÇU

O deputado Dobrandino da Silva (PMDB) anunciou que na próxima semana São Miguel do Iguaçu receberá uma patrulha rural mecanizada para serviços de recuperação, conservação e o melhoramento em estradas rurais da cidade do Oeste do Paraná.

Dobrandino entregou nessa semana ao prefeito Armando Polita (PMDB) o convênio celebrado entre o DER e o município. O deputado adiantou que a patrulha ficará por 45 dias corridos no município, e executará serviços nos trechos Aurora do Iguaçu-Navegantes, São Jorge-São Braz, Santa Rosa do Ocoí-PR-497, Vilas Ocoí-Santa Rosa do Ocoí, Balneário Ipiranga- Assentamento Sávio e Cacic-Vilas Ocoi, totalizando 34,250 Km.

O convênio é estimado em R$ 160 mil e a patrulha é composta por 12 equipamentos: cinco caminhões, uma motoniveladora, uma pá-carregadeira, um rolo compressor, um trator de esteira, uma retroescavadeira, um caminhão comboio e um veículo pequeno de apoio.

Para Dobrandino, a patrulha vai auxiliar sobremaneira as comunidades beneficiadas que utilizam as estradas como escoamento da produção agrícola e também no transporte de estudantes que precisam se descolar diariamente até o estabelecimento onde estudam.

Fonte/Autor: Assessoria De Imprensa: 41 3350-4237 - 3353-6000 / Dobrandino@gmail.com
http://www.corinthians.com.br/site/noticias/2009/08/21as17h41-id6329-jogador+edu+lanca+acao+social+com+sua+imagem+no+estilo+manga.shtml
Marketing
Jogador Edu lança ação social com sua imagem no estilo Mangá
Agência Corinthians
21/08/09 17h41
Divulgação

Imagem de Edu em versão mangá
Durante o lançamento oficial do livro Timão em Estilo Mangá, realizado nesta quinta-feira (20), em uma grande livraria de São Paulo, o jogador Edu do Corinthians demonstrou ser realmente uma pessoa diferenciada.

Com uma carreira marcada pelos bons exemplos, o atleta abrilhantou a noite com simpatia e demonstrou muita felicidade ao atender os fiéis torcedores alvinegros. “Quando soubemos da presença do Edu ficamos felizes, pois o projeto foi para impressão gráfica antes mesmo da volta dele ao Corinthians. Para nós seria uma honra poder retratá-lo nas páginas do livro”, afirmou Rafael Sanches, diretor de criação da BB, empresa responsável pelo lançamento do livro.

Porém, na noite de autógrafos, a BB apresentou uma surpresa para o atleta e o presenteou, durante o evento, com um quadro com o seu desenho.

De imediato, o jogador autografou a obra e, surpreendendo a todos, ao invés de guardar o presente, decidiu doar o quadro para um leilão virtual. “Somente pessoas diferenciadas como o Edu poderiam tomar esta atitude. Ficamos surpresos, felizes e estamos agora totalmente focados para poder arrecadar uma quantia bacana para ajudar a instituição que será eleita por ele” afirma Baroni Neto, diretor comercial da BB que estará disponibilizando para os torcedores um e-mail exclusivo para poderem fazer seus lances pela obra.

“Assumimos com o Edu este compromisso de retribuir o carinho e o gesto lindo com que ele nos brindou durante o nosso lançamento. Além de estar presente, nos elogiar, ainda demonstrou ser um ser humano único” finaliza Baroni.

Para os corinhtianos que queiram fazer seus lances, os mesmos podem ser encaminhados para o email – atendimento@bbeditora.com.br
http://www.museumazzaropi.com.br/crono.htm
Mazzaropi quadro a quadro

Profa. Olga Rodrigues Nunes de Souza

A FAMÍLIA

1890: João José Ferreira e Maria Pitta Ferreira nascidos em Ponta do Sol, Portugal, chegam à Taubaté e vão morar numa chácara de onde tiram seu sustento cultivando hortaliças. Ali nascem Clara (12 de agosto de 1892) e seus seis irmãos.

Nos 1900, os Mazzaropi chegam ao Brasil: Amázzio e Ana e seus filhos Domingos e Bernardo.

Nascidos em Nápoles, Itália, começam a trabalhar na agricultura em Dourados-SP e depois no Paraná.

1910: Clara Ferreira e Bernardo Mazzaropi já casados, moram em São Paulo, no bairro de Santa Cecília. Ela, empregada doméstica, e ele, motorista de automóvel de aluguel.

1912: na pequena casa, nasce Amácio Mazzaropi, no dia 9 de abril.

MEU AVÔ ARTISTA

1914: a falta de dinheiro e o espírito inquieto do pai, levam a família Mazzaropi de volta para Taubaté, onde Bernardo vai trabalhar como operário têxtil na Companhia Taubaté Industrial - CTI.

1916: Clara torna-se tecelã da CTI e o pequeno Amácio fica uma temporada na casa dos avós maternos na cidade de Tremembé-SP. João José Ferreira, o avô português, exímio tocador de viola, bom dançarino de cana-verde e animador famoso das festas do bairro rural, leva sempre com ele os netos Amácio e Vitório Lazzarini.

1918: é inaugurada a Estação da Central do Brasil em Tremembé e o avô se apresenta com sua violinha. Amácio, aos 6 anos de idade, assiste embevecido.

1919: Bernardo não suporta a monotonia do trabalho na fábrica e decide voltar com a família para São Paulo. Mazzaropi ingressa no Grupo Escolar do Largo de São José do Belém. Bom aluno, tinha incrível facilidade para decorar poesias e logo vira o centro das atenções nas festas da escola como declamador-mor.

O SONHO DO CIRCO

1922: com a morte do avô e a dureza de sempre, os Mazzaropi voltam mais uma vez para Taubaté. Clara e Bernardo retomam o trabalho na CTI e abrem um botequim na residência da rua América, onde a família se reveza no atendimento aos fregueses.

Amácio é matriculado no Ginásio Washington Luís. Em casa, estuda e decora textos do livro Lira Teatral. No monólogo Chico, imita um tipo caipira que agrada em cheio numa festa da escola.

Freqüenta os circos que passam pela cidade e não esconde sua vontade de se tornar ator circense. Os pais, contrários à idéia, o mandam para a casa do tio Domingos Mazzaropi, em Curitiba. O objetivo é distanciá-lo da “perdição” dos palcos dos circos. Trabalha como caixeiro da loja de casimira da família, na rua XV de Novembro.

O AJUDANTE DO FAQUIR

1926: aos 14 anos, retorna à São Paulo com o mesmo sonho de atuar no circo. Conhece o famoso Ferry, faquir do Circo La Paz, e, para desespero dos pais, começa a viajar com eles. Nos intervalos das exibições do faquir, Amácio conta piadas e ganha por isso, um mirrado salário. Ferry consegue para ele um documento que transforma seus 14 em 19 anos. Agora ele podia contar as piadas picantes que o povo gostava.

1929: sem dinheiro, deixa o circo e volta para a casa dos pais em Taubaté. Torna-se tecelão da Companhia Taubaté Industrial, com um salário diário de 4.720 réis.

1931: de novo a fazer teatro, agora como ator e diretor no salão do Externato Sagrado Coração de Maria, do Convento de Santa Clara, em Taubaté.

1932: eclode a Revolução Constitucionalista. Em Taubaté, o Movimento de Arrecadação de Fundos para Donativos aos Soldados da Lei organiza, em conjunto com a Rádio Record de São Paulo, espetáculos com os maestros Martinez Grau, Fêgo Camargo, o folclorista Capitão Cornélio Pires e outros, num projeto denominado Theatro do Soldado.

O ARTISTA PERSISTE

A efervescência cultural de 32 anima Mazzaropi e ele estréia na Troupe Carrara, no cine Theatro Polytheama, em Taubaté, no papel de Eugênio Carvalho, na comédia HERANÇA DO PADRE JOÃO, de Baptista Machado.

1934: em 18 de março, estréia no cine Tremembé a Troupe Olga Crutt, uma das mais famosas, experientes e aplaudidas do interior do país. Mazzaropi ingressa na companhia. Em 30 de março, Olga Crutt troca seu nome artístico para Olga Mazzaropi. Em novembro, Amácio Mazzaropi se torna líder da nova companhia “Troupe Mazzaropi”.

1935: Amácio convence a família a seguir com a Troupe. Os pais, persuadidos, viram atores e ajudam na administração. Depois de uma turnê bem sucedida, resolvem montar um Pavilhão - um barracão de tábuas corridas, coberto de lona, com cadeiras e bancos de madeira para a platéia, o chamado Teatro de Emergência. Logo na estréia, em Jundiaí-SP, uma tempestade acaba com a apresentação. Caíram as paredes, e junto, quase vai o sonho. Só três dias depois do vendaval acontece a inauguração e o sucesso reanima as esperanças.

1935/1942: a Troupe Companhia Amácio Mazzaropi viaja pelo interior do Estado e as apresentações são largamente concorridas, mas falta dinheiro para melhorar a companhia.

O PAVILHÃO DOS SONHOS

1943: em fins de novembro, Amácio com 31 anos, recebe uma herança da avó Maria Pitta e realiza o sonho de colocar uma cobertura de zinco em seu pavilhão para, assim, poder estrear na capital.

O Jornal de São Paulo publica a crítica de Francisco Sá “O que vai pelo teatro”, onde elogia a atuação do jovem Amácio.

Terminada a temporada paulistana, o grupo viaja pelo Vale do Paraíba.

1944: o Pavilhão Mazzaropi reestréia em Pindamonhangaba e os soldados da FEB, aquartelados na região, têm cadeira cativa nos espetáculos.

Bernardo adoece e as despesas com seu tratamento complicam as finanças da companhia.

Mazzaropi é convidado para substituir Oscarito numa peça em cartaz no Teatro João Caetano no Rio de Janeiro. Oscarito, então o ator mais famoso do país, muda de idéia e Mazzaropi, sem dinheiro e decepcionado, volta para Pindamonhangaba e dissolve a companhia. Desmonta o teatro e o deixa no Pátio da Estação Ferroviária.

Em 29 de setembro, estréia em Taubaté a companhia do consagrado ator Nino Nello. Em Pindamonhangaba, no Basquete Clube Sociedade Esportiva Recreativa, estréia Mazzaropi. Os artistas se conhecem e resolvem fundir suas companhias.

Em 8 de novembro, morre Bernardo Mazzaropi, aos 56 anos
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A ESTRÉIA NO TEATRO EM SÃO PAULO

Quatro dias depois da morte do pai, Amácio estréia ao lado de Nino Nello no Teatro Oberdã, em São Paulo. Mazzaropi é ator e diretor na peça FILHO DE SAPATEIRO, SAPATEIRO DEVE SER. A temporada recebe sucesso de público e crítica.

1945: no início do ano, Amácio retorna a Pindamonhangaba com a idéia de recuperar o pavilhão e trazê-lo para São Paulo, mas fica na cidade e recomeça as apresentações. Com vários contratempos e sem dinheiro, pede a um amigo oito mil cruzeiros emprestados. Em pouco tempo, consegue pagar a dívida e segue para São Paulo.

O pavilhão é instalado no bairro de Santana e a casa vive cheia. Passa a morar no Tucuruvi, de onde virá o apelido “Bernard Shaw do Tucuruvi” numa alusão cômica ao famoso ator inglês.

Com o sucesso do pavilhão, Mazzaropi assina contrato com o Teatro Colombo, onde atua por mais de um ano.

NA RÁDIO, O RANCHO ALEGRE

1946: em março, Mazzaropi é convidado por Demerval Costa Lima, diretor da Rádio Tupi de São Paulo, para fazer o programa Rancho Alegre. Com salário mensal de 700 cruzeiros, assina contrato de 3 meses. O programa é ao vivo todos os domingos às 19h45, no auditório da rádio, no Sumaré. A produção é de Cassiano Gabus Mendes e logo alcança grande audiência. Na primeira semana, Mazzaropi recebe cerca de 2.000 cartas de fãs.

O programa era simples, Mazzaropi contava umas piadas e, acompanhado de um sanfoneiro, cantava uma canção.

1947: Mazzaropi vira tema de um concurso promovido pela rádio: “Qual o verdadeiro nome de Mazzaropi?”. Os jornais publicam a pergunta em cupons. A apuração é feita no cine São Francisco, no dia 12 de outubro e, em meio à uma grande festa para a entrega dos prêmios, os ganhadores assistem a apresentação do homenageado.

As Emissoras Associadas criam o show Brigada da Alegria, com Mazzaropi, Linda Batista, Henricão e Rosa Maria (o “Barão das Cabrochas” e a “Cabrochinha do Samba”), Michel Allard, Hebe Camargo (“A Morena do Sumaré”), e excursionam por vários estados. Em Minas Gerais, Mazzaropi e Hebe fazem sucesso nas rádios Associada de Minas, Guarani e Mineira. Os espetáculos pelo país vão criando um público fiel que o acompanhará durante muitos anos. Em São Paulo, também é notável seu sucesso. Entrevistas, concursos, convites para shows de caridade, audições em clubes, boates, rádio e teatros pelo interior do estado.

No fim do ano, assina contrato com a Companhia Dercy Gonçalves e atua ao lado da famosa atriz, na super revista SABE LÁ O QUE É ISSO?, de Jorge Murad, Paulo Orlando e Humberto Cunha, no Cine Theatro Odeon.

O ator Mazzaropi, aos 36 anos, tem grande prestígio no teatro e na rádio com os programas na Tupi do Rio de Janeiro e Baré de Manaus.

A PRIMEIRA RISADA NA TV. E COM PATROCÍNIO

1950: em 18 de setembro, é inaugurada a primeira emissora de televisão brasileira, a TV Difusora de São Paulo, canal 3. Convidado para o show de estréia, Mazzaropi torna-se o primeiro humorista na TV. Inicialmente, à semelhança da rádio, apresenta-se sozinho, mas em poucos dias, a direção resolve lançar o programa RANCHO ALEGRE com Amácio e a atriz Geny Prado. Toda 4ª feira, às 21h00, sob a direção de Cassiano Gabus Mendes e patrocínio da Philco, o primeiro patrocinador da TV brasileira.

1951: em 20 de janeiro, Mazzaropi é enviado para o programa inaugural da TV Tupi do Rio, “o maior caipira do rádio brasileiro”. Mazzaropi agrada. Sucesso estrondoso. Passa a apresentar um quadro na TV Rio toda quinta, à noite.
Mazzaropi trabalha na Rádio e TV Tupi de São Paulo e do Rio de Janeiro, além de shows em teatros.

O CINEMA

1951: os diretores Abílio Pereira de Almeida e Tom Payne estavam no Nick Bar, em São Paulo, quando viram Mazzaropi na TV. Resolvem chamá-lo para um teste na Companhia Cinematográfica Vera Cruz. Entre muitos candidatos, Mazzaropi é escolhido e contratado por 15 contos mensais, mais gratificação anual de 60 contos, para filmar SAI DA FRENTE. Mazzaropi está com 39 anos.

1952: o filme é lançado no dia 15 de junho em 12 cinemas de São Paulo.
A estréia no cinema projeta sua carreira artística. E na esteira do êxito, as Emissoras Associadas lançam o “Bernard Shaw do Tucuruvi”, na novela sertaneja O MEU MUNDO É AQUELE RANCHO, escrito pelo radialista Teixeira Filho.
Famoso, sua vida passa a ser contada em capítulos no jornal A Hora. Essas promoções e o sucesso de SAI DA FRENTE, fazem a Companhia Vera Cruz acelerar a produção de um novo filme com Mazzaropi: NADANDO EM DINHEIRO. Em 27 de outubro, estréia em 36 cinemas de São Paulo.

1953: Mazzaropi faz outro filme: CANDINHO.
A Companhia Vera Cruz já demonstra os primeiros sinais de problemas financeiros e atrasa a edição do filme.

1954: o lançamento só acontece em 25 de janeiro, no Cine Ipiranga e circuito de 25 salas. A obra é uma adaptação de CANDIDE, de Voltaire.

A Vera Cruz não vai nada bem, mas mesmo assim, Mazzaropi é um dos oito atores que a Companhia mantém contratado. Enquanto a Vera Cruz afunda na crise financeira, ele se preocupa com o futuro no rádio e, para surpresa geral, anuncia sua saída das Emissoras Associadas indo para a Rádio Nacional de São Paulo. O novo programa é transmitido aos sábados, às 21h30, com Mazzaropi em visitas aos clubes da cidade, onde conta piadas, canta e faz imitações. Fica no ar de 1953 a 1955.

1955: filma A CARROCINHA, numa produção da Fama Filmes e Produções Jaime Prades que, logo depois, de volta à Espanha, produz o clássico EL CID.

1956: faz seu 5º filme, O GATO DE MADAME, pela Brasil Filmes. Lançado no mesmo ano, o filme marca a estréia de Odete Lara no cinema.
Mazzaropi assina contrato com os irmãos Eurides e Eudes Ramos, da Cinelândia Filmes, do Rio de Janeiro, e Oswaldo Massaini, da Cinedistri, de São Paulo. Faz os filmes O FUZILEIRO DO AMOR e O NOIVO DA GIRAFA, o primeiro lançado em 1956 e o outro no ano seguinte.

1958: seu 8º filme, CHICO FUMAÇA, é produzido pela Cinedistri.


SURGE A PAM FILMES

Pronto o filme, Mazzaropi acha que chegou o momento de arriscar alto, era tudo ou nada, e resolve criar sua própria produtora, a Produções Amácio Mazzaropi (P.A.M. FILMES). Com recursos próprios, inicia as filmagens de CHOFER DE PRAÇA. Para produzir o filme, Mazzaropi vende a casa, carro e tudo que podia para alugar os estúdios e equipamentos da Companhia Vera Cruz. Além de produzir, Mazzaropi passa a cuidar do lançamento e distribuição de seus filmes por todo o Brasil controlando na bilheteria o resultado dos filmes. Estava com 46 anos.

1959: em cartaz, CHICO FUMAÇA e CHOFER DE PRAÇA.
Mazzaropi aceita o convite de José Bonifácio de Oliveira, o Boni, na época da TV Excelsior de São Paulo, para fazer um programa de variedades que ficará no ar até 1962. No programa, além de contar piadas e cantar, recebia convidados.
No final do ano, filma JECA TATU.

1960: o filme chega aos cinemas em 25 de janeiro de 1960. Mazzaropi inicia as filmagens de seu 11º filme AS AVENTURAS DE PEDRO MALASARTES, obra que marca sua estréia na direção. O filme foi lançado em 5 de outubro. Num ritmo frenético, Mazzaropi inicia um novo filme.
1961: ZÉ DO PERIQUITO é lançado em 1 de maio.

A FAZENDA SANTA

Ainda em 61, Mazzaropi adquire os 184 alqueires da Fazenda da Santa e inicia a construção do primeiro estúdio.

Realiza TRISTEZA DO JECA, o primeiro filme colorido, em Eastmancolor, com revelação e trucagem feitas na cidade do México. Lançado em setembro, o filme é um sucesso e motivo de orgulho para Mazzaropi. Pela primeira vez, um filme seu era exibido na TV, no Festival de Cinema Brasileiro da TV Excelsior, em outubro.
Ainda naquele ano, roda seu 14º filme: O VENDEDOR DE LINGÜIÇA.

1962: o filme estréia em 30 de abril.
Este foi um ano promissor para Amácio Mazzaropi. Produz A CASINHA PEQUENINA, completa 50 anos e é convidado para o programa BRASIL 62, de Bibi Ferreira, na TV Excelsior, de São Paulo.

TRISTEZA DO JECA é contemplado duplamente com o prêmio Cidade de São Paulo: melhor ator coadjuvante para Genésio Arruda e melhor música para Hector Lagna Fietta.

No final do ano, o cineasta arremata em leilão a metade dos equipamentos da Vera Cruz.

1963: A CASINHA PEQUENINA, filme colorido, é considerado pela crítica como um épico. Lançado em 21 de janeiro, marca a estréia de Tarcísio Meira e Luis Gustavo no cinema.

Com a ajuda de Agostinho Martins Pereira, Mazzaropi importa equipamentos de som direto.
Produz O LAMPARINA totalmente rodado na Fazenda (da) Santa.

1964: o filme é lançado em 20 de janeiro, em 23 cinemas da capital. Realiza MEU JAPÃO BRASILEIRO.

1965: lança o filme e começa a produzir O PURITANO DA RUA AUGUSTA, em homenagem à famosa rua da cidade de São Paulo.

1966: lança o filme e produz O CORINTHIANO.
É homenageado no 3º Festival do Cinema Brasileiro de Teresópolis. Recebe também o Troféu da Simpatia Popular no Programa Silvio Santos.

1967: Estréia O CORINTHIANO, em 23 de janeiro, com a presença da torcida organizada Os Gaviões da Fiel.

Produz o 20º filme da sua carreira, O JECA E A FREIRA.
Mazzaropi recebe o troféu de Campeão de Bilheteria no 4º Festival de Teresópolis.

1968: em 17 de janeiro, recebe e manda emoldurar, o bilhete de Austragésilo de Athayde, presidente da Academia Brasileira de Letras, sobre o recém-lançado O JECA E A FREIRA: “…Mazzaropi alcançou, no cinema, o mais alto nível de sua arte. É hoje, sem nenhum favor, um artista de categoria mundial.”
Produz NO PARAÍSO DAS SOLTEIRONAS.

1969: o filme chega aos cinemas em 23 de janeiro e rende, até 19 de fevereiro de 1970, 2 bilhões e 650 milhões de cruzeiros.


Produz e lança no mesmo ano UMA PISTOLA PARA DJECA. É um dos grandes sucessos de bilheteria no País. Mazzaropi recebe do Instituto Nacional de Cinema (INC), o prêmio de Cr$ 186.168,43 - correspondente a 5% da renda do filme.

1970: realiza sua obra autobiográfica, BETÃO RONCA FERRO.

1971: lança o filme em 23 de janeiro e produz O GRANDE XERIFE. Quase simultaneamente, roda UM CAIPIRA EM BARILOCHE, sua 25ª obra cinematográfica.

1972: lança, em 22 de janeiro, O GRANDE XERIFE.

Encontra-se em 18 de outubro, com o Presidente da República Emílio Garrastazu Médici, no Palácio da Alvorada, em Brasília. Na ocasião, Mazzaropi solicita maior apoio ao cinema brasileiro.

1973: lança UM CAIPIRA EM BARILOCHE sua primeira película rodada no exterior. Roda PORTUGAL, MINHA SAUDADE, no Brasil e em Portugal.

1974: lança o filme em 21 de janeiro. Sobre UM CAIPIRA EM BARILOCHE, o respeitado crítico e intelectual Paulo Emílio Salles Gomes faz uma análise séria e sem paixão assegurando que, na verdade, “ele atinge o fundo arcaico da sociedade brasileira e de cada um de nós”. Mazzaropi se incorpora ao universo da cultura popular brasileira.

Ainda nesse ano filma O JECA MACUMBEIRO que entra em cartaz no ano seguinte.

UMA INDÚSTRIA DE CINEMA

1975: produz JECA CONTRA O CAPETA (28º).

O ano marca o início das construções do novo estúdio localizado no Bairro dos Remédios, em Taubaté, numa área de 160 mil m², com 20 apartamentos luxuosos, restaurantes, estúdio de 1.000 m², piscina, lago, alojamentos para equipe técnica e artistas, reserva técnica, oficina de cenários, carpintaria e outras instalações. O novo local leva o nome Hotel Studio PAM Filmes.

JECA CONTRA O CAPETA é produzido simultaneamente nos dois estúdios.

1976: lança o filme em 1 de março.

1977: produz JECÃO…UM FOFOQUEIRO NO CÉU (29º) e o lança em junho. Em 17 de fevereiro, Mazzaropi se encontra com o Presidente Ernesto Geisel, em Taubaté. Foi um encontro rápido e falaram só de cinema.

Filma O JECA E SEU FILHO PRETO (30º).

1978: lançamento do filme. Conforme Rubens Biáfora, o filme enfoca “o problema racial entre nós, segundo a ótica de Mazzaropi, mas talvez não com a coerência ou a obediência à moral convencional, que lhes deveriam ser inerentes e indispensáveis”.

Em 7 de setembro, Mazzaropi é recebido, em Taubaté, pelo Presidente General João Baptista Figueiredo e o encontro se resumiu em um abraço num palanque e aplausos para o ator.

Roda A BANDA DAS VELHAS VIRGENS (31º).

1979: lança o filme e já bastante debilitado pela doença, faz O JECA E A ÉGUA MILAGROSA, seu 32º e último filme.

1980: depois do lançamento do filme, começa a produção de MARIA TOMBA HOMEM, obra jamais realizada.

1981: Amácio Mazzaropi morre aos 69 anos, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, no dia 13 de junho; causa mortis, septicemia.

No mesmo dia é sepultado em Pindamonhangaba-SP, no Cemitério Municipal da Cidade, onde seu pai Bernardo Mazzaropi já estava enterrado.

1983: Clara Ferreira Mazzaropi morre em 12 de março, aos 91 anos, no Hospital Albert Einstein de São Paulo; causa mortis, broncopneumonia. Está enterrada também em Pindamonhangaba, junto ao marido e o filho.

1991: é criado o Centro de Documentação e Pesquisa Histórica (CDPH) da Universidade de Taubaté que inicia o trabalho de recuperação da história de Amácio Mazzaropi.

1992: a Universidade de Taubaté e o Hotel Fazenda Mazzaropi assinam um acordo de comodato. O CDPH e o Museu do Homem Caipira são transferidos para uma área cedida pelo Hotel. Os acervos sobre Mazzaropi da Universidade e do Hotel são expostos ao público e a pesquisa é intensificada.

1993: é instituído pela Câmara Municipal de Taubaté, por iniciativa do vereador Roberto Peixoto, o Dia Mazzaropi.

1994: é realizada a exposição “Mazzaropi. A imagem de um caipira” no SESC Interlagos, São Paulo, numa realização conjunta da Universidade de Taubaté, Hotel Fazenda Mazzaropi e SESC. O evento é visitado por mais de 200 mil pessoas.

Paralelo ao evento, é publicado o catálogo “Mazzaropi. A imagem de um caipira”.
Encerrado o comodato entre a UNITAU e o Hotel Fazenda Mazzaropi, o CDPH continua suas pesquisas sobre o cineasta e o Hotel inaugura o Museu Mazzaropi dando início a uma série de ações que visam recuperar e divulgar a memória do ator.

1996: o Museu passa a promover, sempre em abril, a Semana Mazzaropi.

1998: é feito um convênio de cooperação cultural entre a Universidade de Taubaté e Hotel Fazenda Mazzaropi.

2000: o Museu Mazzaropi, em parceria com a Votorantim, começa a restauração da Fazenda Santa onde Mazzaropi montou seu primeiro estúdio de cinema.




(*) A autora é Coordenadora do Centro de Documentação e Pesquisa Histórica (CDPH) da Universidade de Taubaté, membro do Instituto de Estudos Valeparaibanos (IEV) e membro do Conselho Municipal de Turismo, Patrimônio, de São Luiz do Paraitinga (COMTUR).

olgaroiz@uol.com.br



Este texto foi originalmente publicado no Jornal do Mazza para a Semana Mazzaropi de abril de 2000.
Jornal do Mazza é uma publicação do Museu Mazzaropi entidade mantida pelo Instituto Mazzaropi – Taubaté, SP.

Edição: Claudio Antonio Marques Luiz.

Pesquisa e texto: Profa. Olga Rodrigues Nunes de Souza.

Jornalista responsável: Rosimeire Aparecida dos Reis MTB 026765.

Fotos: acervo do Museu Mazzaropi, CDPH/Universidade de Taubaté e da autora.





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http://ofuxico.terra.com.br/materia/noticia/2009/08/21/marcos-pasquim-leva-a-mae-ao-teatro-120330.htm
Marcos Pasquim foi fotografado muito bem acompanhado, na noite de quinta-feira (20). O Denis de Caras & Bocas, da Globo, levou a mãe, Sueli Ferreira, para assistir a uma peça de teatro, no Rio de Janeiro. Os dois conversaram com alguns conhecidos, antes de entrar no estabelecimento.
http://www.suapesquisa.com/musicacultura/cinema_brasileiro.htm
História do Cinema Brasileiro
História do Cinema Brasileiro, chanchadas, pornochanchadas, Cinema Novo, cineastas de destaque, filmes nacionais, grandes sucessos, gêneros, épocas do cinema nacional, premiações, cultura e arte


Cena do filme "O Pagador de Promessas": prêmio no festival de Cannes

Introdução

Ao contrário do que aconteceu na Europa e nos Estados Unidos, o cinema brasileiro demorou para se desenvolver no século XX. Somente na década de 1930 que surgiram as primeiras empresas cinematográficas, produtoras de filmes do gênero chanchada.




História e fases do cinema brasileiro

O grande salto de desenvolvimento do cinema nacional ocorreu somente na década de 1960. Com o conhecido “Cinema Novo”, vários filmes ganharam destaque nos cenários nacional e internacional. Podemos dizer que o marco inicial desta época de prosperidade cinematográfica nacional foi o lançamento do filme “O Pagador de Promessas”, escrito e dirigido por Anselmo Duarte. Foi o primeiro filme nacional a ser premiado com a Palma de Ouro do Festival de Cinema de Cannes.

Com o lema “ uma câmara na mão e uma idéia na cabeça”, outros diretos impulsionam o Cinema Novo. Os filmes deste período começam a retratar a vida real, mostrando a pobreza, a miséria e os problemas sociais, dentro de uma perspectiva crítica, contestadora e cultural. Neste contexto, aparecerem filmes como “ Deus e o diabo na terra do Sol” e “Terra em transe”, ambos do diretor Glauber Rocha. Outro cineasta que também merece destaque neste período é Carlos Diegues, autor de Ganga Zumba.

As décadas de 1970 e 1980 representam um período de crise para o cinema nacional. A crítica e os grandes problemas nacionais saem de cena para dar espaço para filmes de consumo fácil, com temáticas simples e de caráter sexual, muitas vezes de mau gosto. É a época da pornochanchada. A qualidade é deixada de lado, e os cineastas, muitos deles sem representatividade no cenário nacional, começam a produzir em larga escala.

Mesmo neste período, alguns cineastas resistem a onda e procuram produzir filmes inteligentes e bem elaborados. Podemos destacar os seguintes filmes neste contexto: “Aleluia Gretchen” de Sílvio Back; “Vai trabalhar vagabundo” de Hugo Carvana e “Dona Flor e seus dois maridos” de Bruno Barreto.

A década de 1990 é marcada pela diversidade de temas e enfoques. O filme passa ser um produto rentável e a "indústria cinematográfica" ganha impulso em busca de grandes bilheterias e altos lucros. Neste sentido, as produções brasileiras procuram atender públicos diversos. Comédias, dramas, política e filmes de caráter policial são produzidos em território nacional. Com políticas de incentivo e empresas patrocinadoras, o Brasil começa a produzir filmes que mobilizam grande número de espectadores.

Curiosidades do cinema brasileiro:

- Em 1973, o Brasil criou o Festival de Gramado, realizado anualmente na cidade de mesmo nome, na Serra Gaúcha. O troféu, conhecido como “kikito” é uma figura risonha, esculpida em bronze.

- Até 2009, nenhum filme brasileiro havia ganhado o Oscar de melhor filme estrangeiro.

- No dia 05 de novembro comemora-se o Dia do Cinema Brasileiro.

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Veja também:
http://aapp.webnode.com/efemerides/setembro/
1º de setembroNascimentos
1886 – Tarsila do Amaral, pintora brasileira.

2 de setembroNascimentos
1960 – Arnaldo Antunes, cantor e compositor brasileiro.

3 de setembro: Dia do Biólogo (BR)
4 de setembroNascimentos
1964 – Róbson Caetano da Silva, velocista brasileiro.
Mortes
1995 – Paulo Gracindo, ator brasileiro.

5 de setembro
6 de setembroNascimentos
1897 – Di Cavalcanti (Emiliano Di Cavalcanti), pintor brasileiro.

7 de setembro: Dia da Independência (BR)Nascimentos
1943 – Ariclê Perez, atriz brasileira.
1970 – Giovane Farinazzo Gavio, jogador de vôlei da seleção brasileira.
Mortes
2004 – Miriam Pires, atriz brasileira.

8 de setembro: Dia Mundial da Alfabetização - Aniversário de Vitória (BR) - Aniversário de São Luís (BR)Nascimentos
1961 – Fernanda Abreu, cantora e compositora pop brasileira.

9 de setembro: Dia do Administrador (BR) - Dia do Médico Veterinário (BR)Nascimentos
1937 – Beto Carrero (João Batista Sérgio Murad), empresário brasileiro, idealizador do Beto Carrero World.
1977 – Maria Rita Mariano, cantora de música popular.
Mortes
1923 – Hermes da Fonseca (Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca), presidente do Brasil.

10 de setembroNascimentos
1930 – Ferreira Gullar (José Ribamar Ferreira), poeta brasileiro.
1976 – Gustavo Kuerten (Guga) jogador de tênis brasileiro.

11 de setembroMortes
1823 – Hipólito José da Costa, jornalista, fundador do primeiro jornal brasileiro “Correio Braziliense”.

12 de setembroNascimentos
1902 – Juscelino Kubitschek, ex-presidente brasileiro.
1910 – Carlos Chagas Filho, cientista brasileiro.
1935 – Geraldo Vandré, compositor popular brasileiro.
1944 – Leci Brandão, sambista brasileira.
1953 – Tânia Alves (Tânia Maria Rego Alves), cantora brasileira.
1966 – Malu Mader (Maria de Lourdes da Silveira Mader), atriz brasileira.
Mortes
1957 – José Lins do Rego, romancista brasileiro.
1996 – Ernesto Geisel, ex-presidente do Brasil.
1996 - Eleasar de Carvalho, maestro.

13 de setembroNascimentos
1927 – Laura Cardoso, atriz do cinema, teatro e TV brasileira.
1932 – Antônio Abujamra, ator do cinema brasileiro.
1949 – Itamar Assumpção, musico e compositor brasileiro.
Mortes
1985 – Augusto Rademaker (Augusto Rademaker Grunewald), militar, ex-presidente do Brasil.
1993 – Austregésilo de Athayde, escritor e jornalista pernambucano.

14 de setembroNascimentos
1925 – Cyll Farney (Cyleno Dutra e Silva), ator brasileiro. (m.14/03/2003)
1940 – Joana Fomm, atriz brasileira.
1948 – Vera Gimenez (Vera Regina Oliveira Gimenez), atriz brasileira.
1951 – Arrigo Barnabé, músico e compositor brasileiro.

15 de setembroNascimentos
1765 – Manuel Maria Barbosa du Bocage, poeta, precursor da modernidade portuguesa. (m.21/12/1805)
1793 – Marquês de Sapucaí (Cândido José de Araújo Viana), político do Império. (m.23/01/1875)
1966 – Fernanda Torres (Fernanda Pinheiro Monteiro Torres), atriz de cinema.

16 de setembro: Dia Internacional para Preservação da Camada de OzônioNascimentos
1914 – Lupicínio Rodrigues, cantor e compositor brasileiro.
1964 – Andrea Beltrão (Andrea Viana Beltrão), atriz de teatro e cinema.
Mortes
1896 – Antônio Carlos Gomes, pianista e compositor clássico brasileiro.

17 de setembroMortes
1966 – Mário Filho (Mário Rodrigues Filho), jornalista esportivo, deu seu nome ao estádio do Maracanã.
1971 – Carlos Lamarca, militar, líder da Vanguarda Popular Revolucionária, durante o regime ditatorial.
1992 – Herivelto Martins, compositor popular e sambista.

18 de setembro: Dia dos Símbolos Nacionais (BR)Nascimentos
1924 – Eloísa Mafalda (Mafalda Teotto), atriz brasileira.
Mortes
1995 – Henriqueta Brieba, atriz brasileira.

19 de setembroNascimentos
1936 – Martha Rocha, a eterna Miss Brasil.
1961 – Bia Seidl (Maria Beatriz Parpinelli Seidl), atriz brasileira.

20 de setembroNascimentos
1900 – Humberto de Alencar Castelo Branco, militar, ex-presidente do Brasil.

21 de setembro: Dia do Idoso (BR) - Dia da Árvore (BR)Nascimentos
1918 – Jofre Soares, ator brasileiro. (m.19/08/1996)
1935 – Norma Benguell (Norma Aparecida Almeida Guimarães D´Áurea Benguell), atriz brasileira.
Mortes
1980 – Waldir Azevedo, compositor brasileiro famoso pelo chorinho “Brasileirinho”. (n.27/01/1923)

22 de setembroNascimentos
1916 – Dilermando Reis, grande violinista e compositor brasileiro.
1921 – Yara Cortes (Odete Cipriano Cerpa), atriz de teatro, cinema e TV.
1945 – Gonzaguinha (Luiz Gonzaga Nascimento Filho), cantor e compositor da MPB.
1947 – Vanusa Santos Flores, cantora popular brasileira.
1976 - Ronaldo Nazário, jogador brasileiro de futebol.
Mortes
1897 – Antônio Conselheiro (Antônio Vicente Mendes Maciel), líder espiritual de Canudos.

23 de setembroNascimentos
1788 – Bento Gonçalves (Bento Gonçalves da Silva), militar e político, líder da Revolução Farroupilha.
1962 – Paulo Ricardo Oliveira Nery de Medeiros, músico, compositor e vocalista da banda RPM.

24 de setembroMortes
1834 – Imperador Dom Pedro I.

25 de setembro: Dia do Rádio (BR) - Dia Nacional do Trânsito (BR)Nascimentos
1884 – Roquette-Pinto (Edgard Roquette-Pinto), médico e pai do Rádio Brasileiro.

26 de setembroNascimentos
1936 - Luís Fernando Veríssimo, escritor brasileiro.
1949 – Gal Costa (Maria da Graça Costa Penna Burgos), cantora da MPB e musa do Tropicalismo.
Mortes
2000 – Baden Powell de Aquino, músico e compositor popular.

27 de setembro
28 de setembroNascimentos
1942 – Tim Maia (Sebastião Rodrigues Maia), cantor e compositor da MPB.

29 de setembroNascimentos
1804 – Barão do Amazonas, Almirante Barroso (Francisco Manuel Barroso da Silva).
1927 – Adhemar Ferreira da Silva, único atleta brasileiro com duas medalhas de ouro olímpico.
1935 – Plínio Marcos, dramaturgo, romancista e contista brasileiro.
Mortes
1908 - Machado de Assis (Joaquim Maria Machado de Assis), escritor brasileiro. (n.21/06/1839)
1952 - Francisco Alves (Francisco de Moraes Alves), cantor popular, tido como o “Rei da Voz”.

30 de setembro: Dia da Secretária (BR)Nascimentos
1957 – Xororó (Durval Lima), astro da música sertaneja brasileira.
Mortes
1968 – Sérgio Porto,